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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Assertividade


 
 A palavra assertividade se faz mais presente no dia a dia das pessoas  do que se imagina. Pense naquele dia em que você está cansado de uma exaustiva semana de trabalho. Chegando em casa, resolveu tirar a noite para descansar, mas aí lembrou que tinha deixado muita coisa para organizar, roupa para lavar, cozinha para limpar...até aí tudo bem, mas e se no meio dessa limpeza lhe liga algum parente necessitando urgentemente deixar seus filhos ali para você cuidar e no meio deste atropelo, o marido liga avisando que vão ter convidados para jantar. E você disse sim para tudo. O que era para ser um momento de descanso, vai ser uma noite trabalhosa! E quem aceitou tudo isso?

Assertividade é a habilidade social de fazer afirmação dos próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a não violar o direito das outras pessoas. Ser assertivo é dizer "sim" e "não" quando for preciso. A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressão), outro por falta (submissão).
 
 Assertividade é a arte de defender o meu espaço vital sem recuar, desistindo de si mesmo, e sem agredir, desistindo do outro. Assertividade é ser transparente e firme sem ser agressivo ou autoritário. É se posicionar com clareza e de maneira respeitosa com as pessoas com quem convive.
    Parece banal, mas mudar a si mesmo e melhorar sua relação com as outras pessoas é um desafio que poucos enfrentam com sucesso. Tornar-se mais confiante e assertivo ensina como você pode se expressar com mais eficiência e lidar com os obstáculos de maneira direta e honesta.
 
    Inicialmente, os psicólogos Robert E. Alberti e Michael L. Emmons direcionaram seu foco para as pessoas que não conseguem se impor. Mas logo perceberam que todo mundo precisa aprender a defender suas posições e fazer as coisas por iniciativa própria. Veja como você reage quando:
- Quer interromper a ligação de alguém.
- Um colega de trabalho tenta humilhá-lo.
- Seu (sua) esposo(a) o censura.
- Um vizinho põe o som a todo volume até as três da manhã.
- Um de seus filhos faz pirraça.
  Em ocasiões desse tipo algumas pessoas reprimem os sentimentos e se calam, contrariadas; outras gritam e reagem de forma agressiva. A assertividade pode ajudar você a enfrentar esses problemas sem medo.
 
     Ao contrário do que muita gente pensa, a assertividade não é uma técnica para se conseguir tudo o que se deseja. Não se trata de ensinar truques ou artifícios para manipular os outros. Os autores, na verdade, escreveram este livro como um guia para que todas as pessoas possam defender suas opiniões e desejos sem desrespeitar os direitos dos outros.
     A comunicação assertiva eficiente estimula os relacionamentos positivos e igualitários entre as pessoas. Além disso, pode acelerar a autoestima, enriquecer a intimidade, aperfeiçoar a capacidade de decisão e de lidar com pessoas difíceis e melhorar a habilidade de resolver conflitos, sempre estimulando a responsabilidade social.
 
     Fácil de ler e cheio de exemplos educativos, este livro é feito sob medida para quem está buscando reduzir a ansiedade nos relacionamentos e se tornar uma pessoa mais confiante.
    Asserção é o “comportamento que capacita a pessoa a atuar em seu melhor interesse, afirmar-se sem ansiedade indevida, expressar confortavelmente de forma honesta os sentimentos e exercitar os direitos pessoais sem negar os  direitos dos outros” (Alberti & Emmmons, 1978, p. 13)
     Por exemplo digamos que você se encontra diante alguém que insistentemente lhe queira vender algo, uma atitude assertiva pode ser através de um contato visual e expressão facial de firmeza evocando  as seguintes palavras: - Muito obrigada, eu não vou comprar nada, mas espero que o(a) senhor (a) seja bem sucedido (a) nas próximas visitas.
    Ser assertivo é confrontar no sentido de “se colocar de frente” às pessoas e situações desafiadoras para eliminar os problemas e ir em direção à solução.
     Para saber quando você NÃO é assertivo, olhe para suas atitudes e ações e saiba que você não é assertivo quando:
 
* Enfrenta alguém sobre determinado problema e se sente constrangido;
* Perde a cabeça quando se confronta com sarcasmos ou críticas de qualquer ordem;
* Perde a calma com facilidade diante de situações embaraçosas;
 * Ao invés de resolver os problemas diretamente, começa a julgar ou culpar os outros e a si mesmo;
* Sente-se pouco a vontade quando olha os outros nos olhos e vice-versa;
* Não acha certo o que deseja ou expor seus sentimentos;
* Por querer agradar a todos, é injusto consigo mesmo;
* Espera que as pessoas adivinhem o que quer;
* Foge das questões que envolvem confronto com outras pessoas;
* Só aceita o seu ponto de vista e perde o respeito pelos outros;
* Perde a paciência e não aceita as diferenças;
* Não fala o que é para ser dito e espera que os outros entendam pela sua cara fechada;
* É indireto e faz “observações cortantes” ou manifestação de impaciência;
* Usa a expressão corporal para que o outro o entenda;
* Passa a agredir ou a apontar o dedo para os outros;
* Não sabe dizer não ou não mantém compromissos;
 
Para Alberti e Emmons (2008) o treino assertivo tem como principal objetivo mudar a forma como o indivíduo se vê a si próprio, aumentar a sua  capacidade de afirmação, permitir que este expresse de forma adequada os  seus sentimentos e pensamentos e, posteriormente, estabelecer a autoconfiança. Mais detalhados, Hargie e Dickson (2004) acrescentaram várias funções  do treino, entre as quais destaca-se: (1) ajudar o indivíduo a assegurar que  os seus direitos não serão violados; (2) reconhecer os direitos dos outros; (3)  comunicar a sua opinião de forma confiante; (4) recusar pedidos descabidos (5) fazer pedidos razoáveis; (6) lidar eficazmente com recusas; (7)  evitar conflitos agressivos desnecessários e (8) desenvolver e manter um  sentido pessoal de eficácia.

Referências:
 
Alberti, R.E. & Emmons, M. L. Comportamento Assertativo: Um guia de autoexpressão. Belo Horizonte: Interlivros, 1978

Fonte: Blog Neurociência em Benefício da Educação